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domingo, setembro 19, 2021

SOUND+VISION
— o regresso à FNAC

Elise LeGrow e Nick Cave [video].
Dois festivais: Cannes e Eurovisão.
O novo álbum de Marisa Monte.
A aventura digital dos Abba.
E a memória emocionada de Charlie Watts.
Foi muito bom voltarmos à FNAC do Chiado, agora no piso de baixo, com tecnologia e visual renovados — brevemente, o registo da sessão estará disponível online.
O próximo encontro está marcado para 16 de outubro, com James Bond no sumário.

quarta-feira, setembro 08, 2021

The Sparks, em filme e teledisco

Agora que está a chegar The Sparks Brothers, excelente documentário assinado por Edgar Wright, lembremos um tema de A Steady Drip, Drip, Drip, o álbum que os irmãos Mael lançaram em 2020. Dir-se-ia um sonho saído de um filme mudo — aqui está Left Out In The Cold.

quinta-feira, junho 25, 2015

Novas edições: FFS

"FFA"
Domino / Popstock
4 / 5

De supergrupos está a história cheia de exemplos, uns mais interessantes outros nem por isso. Já a ideia de juntar duas bandas – com todos os elementos de cada uma – num esforço comum, é coisa digna de, logo pela ideia, chamar outra atenção. E na hora de responder à chamada forem os Franz Ferdinand e os Sparks a dizer “presente”, a coisa promete… Os primeiros foram a mais entusiasmante das bandas britânicas nascidas nos noughties, com dois álbuns (os dois primeiros) e uma mão-cheia de canções a morar entre as melhores colheitas da década. Os segundos são veteranos e um dos maiores casos sérios de criatividade e expressão de personalidade na história pop/rock de berço americana, com obra que já passou por caminhos do glam rock a um barroco sinfónico, com disco sound e pop electrónica pelo meio… Juntos respondem pelas iniciais. Ou seja, FFS… A ideia de uma colaboração foi sendo falada ao longo dos anos até que finalmente ganhou fôlego, surgindo o disco num tempo em que nem uma nem outra das bandas vivia um momento particularmente intenso. Na verdade, e apesar de alguns bons momentos no seu mais recente álbum, os Franz Ferdinand perderam o “momento” por volta do terceiro álbum. Por seu lado os Sparks, que viram o belíssimo musical baseado em Ingmar Bergman passar a leste das atenções, não editam um álbum de calibre maior desde o fenomenal Lil’ Beethoven de 2002.

FFS mostra quão fértil pode ser o diálogo quando falta a voz ao monólogo. E conjunto de 12 canções serve um bálsamo aos admiradores de ambas as bandas num alinhamento de canções que cruzam formas e épocas, doseiam personalidades e ideias, sendo mais presente (ou pelo menos mais impositivo) o fulgor com que os Sparks sempre encararam as suas canções, a angulosidade dos Franz Ferdinand não estando contudo toldada, a soma revelando afinal a alma compósita que justifica em pleno a ideia de colaboração que, ao contrário do que parodia a canção que incluem quase no final do disco – Colaborations Don’t Work -, funciona. E muito bem.

O alinhamento abre ao som de Johnny Delusional, canção pop perfeita que reacende a luminosidade clássica dos Sparks, é o perfeito cartão de visita para nos dar a conhecer este encontro, definindo um patamar de diálogo que será talvez mais equidistante de ambos os protagonistas um pouco mais adiante, em Save Me From Myself. Mesmo mostrando Call Girl ou So Desu Ne uma proximidade maior aos registos mais habituais de Kapranos e companhia ou mostrando The Power Couple ou Colaborations Don’t Work um claro posicionamento entre os terrenos dos manos Mael, o álbum procura de facto a diluição de contribuições, o que é facilitado pela alma pop, o bom humor e a inteligência que sempre habitou a essência da alma dos dois grupos. As peculiaridades vocais de Russel Mael e o gosto barroco dos arranjos mais habituais nos Sparks acabam por vezes a destacar-se, não se notando contudo aqui ecos de guerras de egos. Pela música passa um entendimento como por vezes nem dentro de uma mesma banda se faz notar. O resultado é um disco pop de fôlego clássico, um álbum bem disposto e até mesmo divertido. Para almas bem dispostas eis que está encontrada uma das melhores propostas para a banda sonora deste verão.

quinta-feira, junho 18, 2015

Para ler: Franz Ferdinand e Sparks
num mesmo palco

Acabam de editar um álbum conjunto sob a designação FFS. Juntos, os Sparks e os Franz Ferdinand estão agora na estrada, em julho tendo passagem agendada por estes lados. O Guardian foi vê-los num primeiro concerto e conta como foi.

Podem ler aqui.

sexta-feira, junho 05, 2015

Ver + ouvir:
FFS, Johhny Delusional



FFS... Ou seja, Franz Ferdinand e Sparks... Uma reunião que se materializa num álbum e numa digressão que se segue (e que passará entre nós)... O disco chega na semana que vem e fica aqui o teledisco de um dos singles dele já extraídos.

quarta-feira, julho 30, 2014

Novas edições:
Beck

“Song Reader”
Universal
2 / 5

Antes do gramofone de Berliner e do cilindro de Edison, a música que se ouvia em casa fazia-se “ao vivo”. O que não quer dizer que em cada lar houvesse um compositor... Desde o advento da imprensa a ideia de produzir partituras em grande escala entrara nos hábitos do consumo da música. No século XVIII surgiram as primeiras sociedades de autores. E na segunda metade do século XIX novos consumos musicais ganharam voz com a criação de um mercado de partituras de canções. Muitas delas iam nascendo em espetáculos de teatro musical e, através das partituras impressas, começaram a chegar aos lares, ali cada qual tocando-as (habitualmente ao piano), ao mais vocalmente dotado elemento da família ou grupo de amigos cabendo o papel do vocalista. E assim a cultura pop(ular) encontrou na canção um mercado, nascendo desde logo os primeiros grandes êxitos: aqueles dos quais se vendiam mais partituras. Foi ao pretender evocar estes tempos, numa altura em que a canção era partilhada, mas vendida sem som e, por isso, conhecida por cada qual da forma como a escutara em casa ou entre amigos, que Beck criou em finais de 2012 um álbum no qual as novas canções não eram apresentadas já gravadas, mas numa partitura impressa. Quem o entendesse (e soubesse fazer) podia comprar, ler, tocar e cantar...

Convém enquadrar a coisa no tempo. Beck tinha editado Modern Guilt em 2008 e, depois, dele não ouvimos mais que uma série de singles avulso, participações em bandas ou algumas colaborações, como a produção de música para Charlotte Gainsbourg ou a curadoria de um tributo a Philip Glass (onde ele mesmo assinou um dos temas). Neste intervalo de seis anos (cujo silêncio em formato de álbum terminou com o recente lançamento de Morning Phase, já este ano), Beck criou ainda o Record Club, um espaço de encontro de amigos no seu estúdio caseiro na Califórnia onde, em sessões sempre arrumadas ao longo de um dia, criou versões de álbuns de nomes como os de Leonard Cohen, Velvet Underground ou INXS, disponibilizando as gravações de forma gratuita no seu site. Não era má ideia a sua edição em disco.

Depois do lançamento do Song Reader em papel surgiram na Internet, sobretudo entre o YouTube e Soundcloud, inúmeras gravações das novas canções dando conta, aos que não sabem ler música nem tocam uma nota, de como soaria este disco de Beck. Agora chega uma nova etapa na vida do Song Reader, que ganha uma materialização física mais “convencional”, se bem que seguindo a mesma lógica operada nos concertos que, desde 2013, têm dado corpo a estas canções: apresentando-as entre convidados.

É entre nomes como os de Jarvis Cocker, Jack White, Sparks ou Laura Manning, entre outros, que estas mesmas composições ganham novas leituras. Mas, e sobretudo depois de conhecer as leituras por vários anónimos que estão disponíveis na Internet, a versão em disco do Song Reader parece um daqueles tributos desinspirados e inconsequentes. Tirando as abordagens fabulosas de uns Sparks ou Eleanor Friedberger e o momento em que o próprio Beck nos sugere, com um dos temas, ao que tudo isto poderia soar, o Song Reader é um desfile de boas composições mal entregues a quem lhes dá voz. Tweedy, Jack White e Jarvis Cocker não envergonham, mas não brilham. Marc Ribot e Gabriel Kahane & Ymusic procuram ecos da época que o modelo de edição em partitura evoca. Mas há momentos abaixo dos mínimos olímpicos. E uma sensação de oportunidade perdida no fim...

Como soaria tudo isto na voz (e arranjos) de Beck? Essa é a grande questão e esse o (grande) disco a fazer numa eventual terceira vida do Song Reader. Estas canções, que transportam ecos de vivências musicais americanas anteriores à alvorada da cultura rock, pedem a pés juntos que a voz de Beck lhes dê a glória que, na partitura, está latente. E basta ouvir a sua abordagem a Heaven’s Ladder para o sentir. Um dos melhores cantautores do nosso tempo merecia melhor sorte para um projeto potencialmente capaz de muito melhor mas que, pelo que este disco mostra, não brilha deste modo.

sexta-feira, novembro 29, 2013

Reedições:
Sparks, No. 1 Song In Heaven

Sparks
“No. 1 Song in Heaven”
Repertoire Records
5 / 5

A história discográficas dos Sparks é feita de uma saudável inquietude que se manifestou numa constante busca de novos caminhos na melhor expressão da velha máxima rei morto, rei posto. Nos anos 70, depois de uma bem sucedida etapa de reinvenção em Inglaterra (da qual resultaram os álbuns Kimono in My House, Propaganda e Indiscret, entre 1974 e 75), regressaram a Los Angeles para, em busca de nova orientação, desaguar no rock polido e inconsequente de Big Beat (1976) e Introducing Sparks (1977), dois dos piores títulos da sua carreira... O eureka para a solução do problema surgiu numa entrevista. Calhou dizerem a um jornalista que admiravam o trabalho de Giorgio Moroder com Donna Summer. Acontece que o jornalista era amigo do produtor alemão. E a verdade é que algum tempo depois (algures em 1978), os manos Mael estavam nos estúdios Musicland, na Alemanha, a gravar com... Moroder. As guitarras saem de cena, relegadas para eventual presença cénica, e os sintetizadores e programações tomam conta da linha da frente da criação, o clima disco servindo de tempero ao que acabaria por ser um disco de algum peso pioneiro na criação de uma nova pop feita com electrónicas. Diferente do paisagismo mais assombrado que então surgia assinado por outros pioneiros (como os Human League ou os Tubeway Army, de Gary Numan), sem o rigor rítmico mais metronómico de uns DAF nem o ímpeto experimentalista de uns Cabaret Voltaire, os Sparks avançam com Moroder rumo a um entendimento entre a pop e o disco, com as electrónicas por ferramentas e a voz pouco contida de Russel Mael como cereja sobre o bolo. Elegante, sofisticado, mas festivo, o tema-título de No. 1 Song In Heaven dá-lhes o maior êxito desde 74 e cativa atenções para um alinhamento curto mas saboroso, que explora vários caminhos possíveis para estes ingredientes em outras canções não menos interessantes como Beat The Clock ou Tryouts For The Human Race. O disco abre a presença das electrónicas na obra dos Sparks, mas não define caminhos necessariamente seguidos nos álbuns que se lhe seguiram imediatamente. O percurso do duo teve continuação imediata no mais convencional Terminal Jive (1980), novamente ao lado de Moroder e também contando com a colaboração de Harold Faltermeyer. Na verdade, esta pérola pop de 1979 só conheceria um sucessor à sua altura apenas 15 anos depois em Gratuitous Sax & Senseless Violins, o disco que retoma as heranças aqui ensaiadas e expressa novo episódio de encantamento pela pop electrónica que, juntamente com o trio de álbuns gravados em Londes entre 74 a 75, a obra-prima Lil’Beethoven que chegaria em 2002 e, claro este Nº 1 Song In Heaven, faz o melhor da discografia dos Sparks. A nova reedição junta ao alinhamento original (de apenas seis temas) uma série de edits e remisturas da época.

quinta-feira, novembro 07, 2013

Discos pe(r)didos:
Sparks, The Seduction of Ingmar Bergman

Sparks 
“The Seduction of Ingmar Bergman”
Lil' Beethoven 
(2009) 

A ideia partiu de um desafio do departamento de teatro da estação de rádio pública: um musical criado pelos Sparks, com a necessidade de juntar um elemento da cultura/vida na Suécia... Depois de projetos cinematográficos frustrados que poderiam ter reunido os irmãos Mael a realizadores como Jacques Tati ou Tim Burton, a ideia de regressar ao universo do cinema ganhou forma numa narrativa que envolveria a figura de Ingmar Bergman, colocando-o numa história (ficcionada) que o levaria a Hollywood, onde executivos de grandes estúdios o desafiariam a fazer filme... num outro registo. A trama, projetada nos anos 50, confrontaria Bergman com um modelo de financiamento garantido, mas sob cedências que o assombram num pesadelo real do qual é salvo por Greta Garbo, que o devolve ao rumo que a sua vida antes levava e, afinal, ao cinema que nunca deixou de fazer. O disco que os Sparks editaram em 2009 corresponde à gravação áudio do musical que criaram para a rádio sueca mas em versão inglesa (existindo em formato digital uma versão em sueco). A música traduz a visão de horizontes largos de um grupo cuja obra já passou por espaços tão distintos como o glam rock, o disco sound ou a pop eletrónica, refletindo por um lado heranças naturais da música para teatro e aproximando-se claramente de um registo pop de travo sinfonista e minimalista que tão bem exploraram em Lil' Beethoven, uma das obras-primas da sua discografia. As canções servem claramente a condução da história que evolui tema após tema, entregando as vozes a cantores de diversas escolas e proveniências (da pop ao canto lírico) e juntando a presença dos próprios irmãos Mael. O resultado é um dos melhores musicais alguma vez criados por músicos vindos de vivências pop, superando em muito o que os mui versáteis e iluminados Pet Shop Boys conceberam nas suas experiências no género e recusando o apelo pop(ularucho) da utilização de uma seleção em registo 'best of' como o fizeram outros musicais pop nascidos de canções dos Abba, Queen ou Boy George. Originalmente transmitido pela rádio, levado mais tarde ao palco e ainda à espera de uma eventual vida no grande ecrã, The Seduction of Ingmar Bergman conheceu edição limitada a 1000 CD num lançamento original, existindo depois em lançamentos digitais e em vinil duplo. O título pisca o olho ao percurso em jeito de biopic pop que, em 1999, os The Art of Noise, criaram em torno da figura de Claude Debussy. Ambos, convenhamos, são brilhantes exemplos de um poder conceptual que raras vezes é tão bem usado em álbuns de nomes ligados à cultura pop.

sábado, novembro 02, 2013

Sparks, 1979

Numa altura em que é reeditado o álbum de 1979 dos Sparks, recordamos aqui o seu tema-título no teledisco que então acompanhou o lançamento do disco. Pop com sabor a 'disco' e produção de Giorgio Moroder, na primeira expressão maior do relacionamento do duo norte-americano com os (então) novos sintetizadores, para recordar em The Number One Song In Heaven.

sexta-feira, setembro 27, 2013

Uma (nova) grande antologia dos Sparks

Os Sparks vão lançar em outubro uma nova antologia. O alinhamento, que se expande por quatro discos, é vasto, e propõe um panorama por uma obra discográfica que soma já mais de 40 anos. Music For Amnesiacs inclui ainda um quinto disco com gravações ao vivo e um livro de 64 páginas mais alguma memorabillia. Aqui fica o alinhamento, conforme noticiou o This Is Not Retro.

CD1 - Wonder Girl / Roger / High C / Girl From Germany / Batteries Not Included / Whippings and Apologies / This Town Ain't Big Enough For Both of Us / Amateur Hour / Equator / Talent Is An Asset / Barbecutie / Propaganda / At Home At Work At Play / Never Turn Your Back On Mother Earth / Something For The Girl With Everything / Alabamy Right / Hospitality On Parade / Happy Hunting Ground / Looks, Looks, Looks / Get In The Swing / Miss the Start, Miss the End / Big Boy / Nothing To Do / Looks Aren't Everything / Tearing The Place Apart

CD2 - Goofing Off / Over The Summer / The Number One Song In Heaven / Beat The Clock / Tryouts For The Human Race (Unreleased Version) / When I'm With You (LP Single Version) / Young Girls (LP Single Version) / Tips For Teens / Funny Face / I Married A Martian / Angst In My Pants / I Predict / Mickey Mouse / Eaten By The Monster Of Love / Cool Places / Popularity / I Wish I Looked A Little Better / Pretending to Be Drunk / A Song That Sings Itself

CD3 - Music That You Can Dance To / Change / Let's Get Funky / Singing in The Shower (with Les Rita Mitsouko) / So Important / A Walk Down Memory Lane / Madonna / National Crime Awareness Week (Psycho Cut) / Gratuitous Sax & Senseless Violins / When Do I Get To Sing "My Way" / (When I Kiss You) I Hear Charlie Parker Playing (Radio Edit) / Tsui Hark (Feat. Tsui Hark & Bill Kong) / Let's Go Surfing / Propaganda / Pulling Rabbits Out of A Hat / This Town Ain't Big Enough for Both Of Us (with Faith No More) / Bullet Train / It's A Knockoff / Calm Before The Storm

CD4 - Concerto In Koch Minor (Wunderbar) / The Rhythm Thief / How Do I Get To Carnegie Hall? / My Baby's Taking Me Home / Suburban Homeboy / I Married Myself / Dick Around / Perfume / The Very Next Fight / Metaphor / As I Sit Down To Play The Organ At The Notre Dame Cathedral / Good Morning / Lighten

sábado, novembro 05, 2011

Os Sparks, segundo David Lynch


Em tempo de atenções focadas em David Lynch como figura com importante expressão da sua obra nos espaços da música, recordamos aqui um teledisco que em tempos assinou para os Sparks. Foi, na verdade, o primeiro teledisco que o realizador rodou. Aqui ficam as imagens que então acompanharam I Predict, o único single extraído do álbum Angst In My Pants, de 1982.