Supercombo
Supercombo Rock
São Paulo
As músicas do disco Sal Grosso saem do óbvio com agradáveis contradições o tempo todo, como se quisesse te mostrar algo que não está explícito, algo muito mais sensorial. Quando há algum elemento que transmite felicidade, há na outra ponta algo que lhe faz refletir, algo que lhe soa estranho, seja ele em um acorde fora, agressivo, ou em uma letra pesada dentro de uma construção harmônica cheia de acordes maiores e ensolarados. É assim que o disco se apresenta. Uma arte que causa estranhamento, na verdade, algo mais valioso: o questionamento. As letras instigam a reflexão sobre imposições que a vida nos coloca, e o peso das escolhas que fazemos. É como atuar em uma peça na qual nunca ensaiamos nenhum ato, sendo assim, nunca saberemos se acertamos ou erramos ao obedecer a um sentimento, um impulso, uma decisão; Resta-nos saber viver com as nossas escolhas e com a pessoa que nos tornamos. Daí a grande sacada: Passamos a vida dando valores a objetos, metas, status, valores quase que impostos a nós – “é isso que devemos ser, é isso que devemos construir!” Quando na verdade, deveríamos questionar e escolher o que realmente tem valor para nós, o que é importante. O que no final de tudo vai ter feito a diferença, feito sua vida valer à pena? Qual o verdadeiro valor das coisas pra você?